No texto intitulado A Síndrome de Hollande
Último parágrafo, última linha: Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
Ele vos julgará e mais depressa do que pensais.
If I didn't care
If I didn't care more than words can say
If I didn't care would I feel this way?
If this isn't love then why do I thrill?
And what makes my head go round and round
While my heart stands still?
If I didn't care would it be the same?
Would my every prayer begin and end with just your name?
And could I be sure that this is love beyond compare?
Would all this be true if I didn't care for you?
If I didn't care
I Know there is time
I know there is time
I know there is time
I know there is time
If I didn't care
More than words can say
If I didn't care would I feel this way?
And what makes my head go round and round
While my heart stands still?
I know there is time
I know there is time
I know there is time
I know there is time
Mantende-vos vigilantes, pois não sabeis quando chega o dono da casa (...).
S. Marcos, cap. XIII, vers. 35
A Síndrome de Hollande
António José Seguro é hoje um homem tranquilo e sereno. António José Seguro reina incólume no Partido Socialista. Com a sua vitória de quase 100%, no último congresso do partido, António José Seguro arrumou a um canto todos os seus adversários. Dentro e fora do partido. Com essa vitória incontestável, António José Seguro deixou para trás os seus mais sérios rivais - António Costa e Francisco Assis. À volta de António José Seguro, imperam agora a paz e a concórdia. Os socráticos, e as suas adjacências, deixaram de ser fantasmas permanentes a ensombrar o António José Seguro. Os apoiantes de António José Seguro podem dormir descansados. Os seus lugares, e as suas posições, já não estão sob o escrutínio e a ameaça da oposição interna. Os socialistas independentes estão rendidos perante este novo António José Seguro. Os que apenas votam, e comentam, não estão convencidos, mas estão vencidos. Por ora, pelo menos. Desconfiam da moderação de António José Seguro, mas dão-lhe o benefício da dúvida. Não vêm com bons olhos a sua pose e o seu discurso fradescos, mas reconhecem que não existe, para já, no Partido Socialista, alternativa a António José Seguro. Pensam que as suas propostas são utópicas, mas, ainda assim, concedem em deixá-las passar. Observam de soslaio a unanimidade, alcançada por António José Seguro, mas sabem que a democracia é o que é. O próprio José Sócrates, que, aquando do seu regresso à ribalta, chegou a ser visto como uma ameaça a António José Seguro, é agora um perigo afastado. José Sócrates, muito embora não mencione o nome de António José Seguro, nos seus comentários dominicais, na RTP, não o hostiliza. Não o antagoniza. Não o põe em causa. Não lhe dificulta a vida. Pelo contrário: José Sócrates apoia e aplaude o Partido Socialista e, implicitamente, o seu líder. José Sócrates mostra-se concordante com a táctica e com a estratégia do seu sucessor. Como homem inteligente, que é, e sendo muito provável a sua candidatura a Presidente da República, José Sócrates sabe que pode vir a precisar de António José Seguro, nessa e noutras emergências. Por isso e por muito mais, José Sócrates precisa de um Partido Socialista unido e coeso, em redor do seu líder. José Sócrates precisa de um António José Seguro disponível.
Quanto ao mais, há que vigiar, ainda que à distância, o António José Seguro. Há que temperar os seus ímpetos de moderação. Há que recordar-lhe constantemente o património histórico e político do Partido Socialista, mesmo os mais recentes. Há que desviá-lo dos mais caminhos. Há que obrigá-lo a fugir dos consensos. Há que forçá-lo a verberar e abominar a austeridade. Há que exigir-lhe moções de censura contra o governo.
De resto, tudo isso é o que António José Seguro tem vindo a fazer. Aliás, com resultados visíveis nas sondagens. António José Seguro começa a descolar. Tudo se conjuga para que António José Seguro venha ser o vencedor das próximas eleições. O descontentamento dos portugueses, perante a austeridade, e as sua medidas draconianas, é uma boa razão para escolher António José Seguro, nos próximos actos eleitorais.
Há, no entanto, um pequeno contratempo a espreitar António José Seguro. Ou ele cumpre o que promete, ou seja, o fim da austeridade, e terá vários problemas - com a troika, com os mercados, com Angela Merkel, Wolfgang Schäuble e Jeroen Dijssenlbloem, que não lhe perdoarão tal heresia e o votarão ao ostracismo internacional e/ou, o que é pior, lhe fecharão a torneira dos financiamentos, e sofreremos todos com isso - ou ele não cumpre o que promete, isto é, o fim da austeridade, e terá na mesma vários problemas - agora, com os seus eleitores, com a oposição interna e externa, que não lhe perdoarão a quebra de confiança e o condenarão ao isolamento interno e a uma derrota nas eleições seguintes. Sair deste dilema vai ser um bico-de-obra para António José Seguro. Um bico-de-obra que lhe pode vir a custar o lugar de secretário-geral do Partido Socialista, substituído por António Costa ou Francisco Assis. Tudo indica que António José Seguro vai ter pela frente uma quadratura do círculo, digna da maior atenção. Aguardemos as cenas próximos dos capítulos.
Sou a luz do mundo. Quem me seguir, não caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida.
S. João, cap. VIII, vers. 12
FINAL FELIZ, NUMA PRAIA TROPICAL
Os Condenados de Shawshank, (1994) um filme americano, do realizador Frank Darabont, é um conto de fadas dos tempos modernos. A fita até tem as suas fadas - uma fada má e três fadas boas. A fada má é a mulher adúltera que manda indirectamente o príncipe encantado, Andy Dufresne, para a cadeia. As fadas boas surgem em cartazes, e chamam-se Rita, Marilyn e Raquel. Estas contribuem, à vez e também indirectamente, para que o mesmo príncipe recupere a liberdade e voe para o sonho, numa praia tropical, ao pé do Oceano Pacífico. Aqui, rico e num final radioso, esse príncipe estará ao lado do amigo e ex-companheiro de cárcere.
P. S. A canção If I Didn't Care, na interpretação do agrupamento The Ink Spots, acompanha todo o genérico do filme Os Condenados de Shawshank. As sentenças bíblicas, acima transcritas, são citadas na mesma película.
CORRECÇÕES aos lapsos constantes do texto anterior, intitulado EPÍSTOLA DE UM ALEMÃO AOS MERIDIONAIS DA EUROPA:
1º. parágrafo: (...) naquilo a que alguns chamam de década perdida.
5º. parágrafo: Ou mantende-vos na zona Euro (...).
6º. parágrafo: Até procedeis a manifestações de rua (...).
Wolfgang Schäuble, Carl Bosch
. CORRENTE DE CONSCIÊNCIA -...
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. CADERNOS DO SUBTERRÂNEO (...
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